São Tiago

Trilha dos Inconfidentes
Campo das Vertentes| MG
Fundação: 1 de janeiro de 1949
Coord.: 20° 54’ 46” S, 44° 30’ 32” O
Altitidude: 1.029 m
Clima: tropical de altitude
Área: 572.400 Km²
População: 11.192 hab
Densidade pop.: 19,55 hab/ km²
IDHM: 0,662 (PNUD/2010)
Municípios limítrofes: Resende
Costa, Ritápolis, Conceição
da Barra de Minas, Nazareno,
Bom Sucesso e Oliveira

Conhecida como a Terra do Café com Biscoito, São Tiago está localizada a aproximadamente 200 km de Belo Horizonte. Fundada por bandeirantes espanhóis, a cidade leva o nome do apóstolo Santiago Maior, seu padroeiro.
Sua tradição de biscoitos, iniciada na época dos tropeiros, atrai milhares de visitantes anualmente para a Festa do Café com Biscoito, quando cultura e delícias se encontram. Além de ser cortada pela histórica Estrada Real, São Tiago oferece atrativos naturais como as cachoeiras da Soledade e do Simplício, o Balneário da Usina e o Recanto do Rio do Peixe.

A cidade do
Café com Biscoito

Localizada no Campo das Vertentes, São Tiago é uma cidade aconchegante e historicamente significativa, cortada pela Estrada
Real e próxima de São João del-Rei e Tiradentes. O que torna este município ainda mais especial é sua expertise na produção de biscoitos, uma tradição que remonta à época dos tropeiros e à descoberta do ouro em Minas Gerais no século XVIII.
Os bandeirantes paulistas, ao passarem pela região rumo a Goiás, transformaram São Tiago em um ponto de parada para um cafezinho.
Com o tempo, a ocupação por novos povos fez com que esse hábito se incorporasse à identidade dos moradores, tornando a cidade conhecida como “A Cidade do Café com Biscoito”.
As receitas tradicionais atravessam gerações, e a produção de biscoitos vai além de um simples costume; é parte da história e sustento das famílias locais. Na zona rural, os fornos à lenha ainda desempenham um papel crucial na produção dos deliciosos biscoitos, enquanto a área urbana prospera com padarias, cafés e bistrôs.
E é pensando nesses fatores, unindo preservação histórica e incentivo
econômico, que acontece a anual Festa do Café com Biscoito de São
Tiago. O evento atrai cerca de 100 mil visitantes todos os anos, entre
o primeiro e o segundo fins de semana de setembro. O município
é agraciado com cortejos, apresentações musicais, ações voltadas à saúde, oficinas e, claro, muitas delícias de dar água na boca. Vai um café com biscoito aí?

Um salve à São Tiago

Após dias de caminhada, com o corpo exausto, mas o coração em festa, finalmente avisto o destino tão aguardado: a cidade de São Tiago, famosa Terra do Café com Biscoito. Em meio ao suor, à poeira e ao calçado marcado por barro e lama, carrego comigo a alegria e sinto a grandeza deste momento. A chegada ao destino final parece um reencontro com um velho amigo, como se a cidade me esperasse, com suas ruas de calçamento e seu povo acolhedor, de braços abertos.
Ao entrar, tiro o chapéu que me acompanhou na jornada e o balanço em um gesto de cumprimento, como quem diz “obrigado” a cada esquina e a cada rosto desconhecido. E eles me olham curiosos! Abanar o chapéu aqui não é apenas uma saudação ao povo mineiro, mas uma reverência à própria terra que me guiou até este ponto, como se São Tiago fosse mais que um destino, fosse o companheiro de jornada e também o anfitrião, um lugar que compartilha da alegria desta chegada.
O chapéu nas mãos é um símbolo de respeito e gratidão; é meu jeito de agradecer ao povo, às montanhas e a todos que cruzaram comigo nesta jornada. Neste momento, entendo que a chegada justifica cada passo dado até aqui. São Tiago, em sua simplicidade e em sua história, me ensina que a beleza da caminhada não está apenas no desafio, mas na celebração de poder cumprimentar o lugar onde escolhi chegar.

Sentir o vento e percorrer
montanhas

Não há nada que se compare à sensação de caminhar pelas montanhas de Minas Gerais. O vento, que sopra constante, parece ter vida própria, trazendo consigo estímulos que evocam minhas histórias de outros caminhos. Quando sinto o vento no rosto, é como se ele me despertasse para algo maior, algo que transcende a própria caminhada. É um convite para perceber a minha presença onde estou, respirar profundamente e reconhecer que, ali, entre as intermináveis montanhas, sou apenas uma parte de algo grandioso e atemporal.
As montanhas são, por si mesmas, monumentos naturais de força e resiliência.
Erguidas e marcando o horizonte, elas desafiam o tempo. Ao percorrê-las, sinto o corpo ser colocado à prova, mas também percebo uma energia renovadora que me envolve. Cada subida íngreme é um exercício de superação, em que o cansaço é vencido pela vontade de alcançar o topo e desfrutar da vista panorâmica, onde a paisagem se revela em inúmeras camadas. Ali, o horizonte parece infinito, e a alma se expande junto com a imensidão do cenário.
Mas não são apenas as montanhas que tornam esta jornada especial; é também o vento que as acompanha. Ele é uma espécie de guia invisível, que me acompanha a cada passo. O vento me faz sentir vivo, trazendo uma sensação de liberdade que, geralmente, não se encontra nas cidades, entre os muros de concreto e o barulho incessante.

Nas montanhas, o vento é um mensageiro que me lembra de respirar fundo, de me conectar com a natureza e de apreciar a simplicidade do momento presente.

Percorrer as montanhas de Minas é também
um convite à introspecção. É inevitável, ao caminhar por estes terrenos elevados, que a mente se liberte das distrações do cotidiano e se concentre no essencial.

Esta jornada, nas montanhas de Minas Gerais, é um caminho para dentro de mim mesmo, onde encontro a verdadeira liberdade não como uma fuga, mas como uma forma de estar presente, de estar vivo e de estar em paz.

As paisagens vastas e as trilhas que serpenteiam pelos morros convidam a uma reflexão profunda sobre a própria jornada de vida.
Cada pedra no caminho, cada desnível do terreno, é como um espelho que reflete os desafios enfrentados no dia a dia.