Trilha dos Inconfidentes
Campo das Vertentes
Fundação: 06 de junho de 1912
Coord.: 20° 54’ 50” S, 44° 04’ 40” O
Altitidude: 1.080m
Clima: tropical de altitude
Área: 476.693 Km²
População: 12.769 hab
Densidade pop.: 26,79 hab/ km²
IDHM: 0,676 (PNUD/2010)
Municípios limítrofes: Carandaí,
Casa Grande, Entre Rios de
Minas, Resende Costa, Coronel
Xavier Chaves e Prados.


Conhecida como a Capital Nacional do Rocambole, Lagoa Dourada é uma excelente opção de turismo. Situada a 150 km de Belo Horizonte, a cidade, nos Campos das Vertentes, começou a ser povoada por volta de 1625 com a descoberta de ouro em um pequeno lago. Com o declínio da mineração, a cidade encontrou na agricultura uma alternativa econômica, seguindo a tendência regional.
O rocambole de Lagoa Dourada, patrimônio da cidade, tem mais de cem anos de tradição. Anualmente, a Festa do Rocambole transforma a pequena cidade em um ponto turístico nacional, atraindo pessoas de todo o País.




O rocambole de Lagoa Dourada, em Minas Gerais, é um patrimônio da cidade. O doce é o responsável por trazer pessoas de todas as partes do País até a cidade mineira. Tudo isso, graças à sua receita e aos sabores únicos que enchem a boca d’água.
Com mais de cem anos de tradição, a receita foi trazida da França, por volta de 1907, pelo imigrante libanês Miguel Youssef. Sua família, então, passou a produzir e comercializar o doce, naquela época pouco popular na região, mas que logo conquistou o paladar de quem passava pela cidade.
Em 1960, o doce ganhou ainda mais força comercial quando passou a ser vendido em caixinhas, prática que fez total diferença nas vendas.
O rocambole de Lagoa Dourada ficou conhecido quando viajantes com destino a Belo Horizonte paravam pelas estradas da cidade para lanchar, tornando-se uma parada obrigatória.
Originalmente apenas uma massa de pão de ló recheada com doce de leite, hoje conta com uma pluralidade de recheios e um processo de receita mais refinado, que foram modernizados pelos moradores.
– um adendo ao reconhecimento em 2007, quando o rocambole foi nomeado Patrimônio Imaterial Municipal de Lagoa Dourada.
A produção dos rocamboles, com o passar dos anos, é uma das principais atividades econômicas de Lagoa Dourada, com cerca de 12 lojas especializadas – uma para cada mil habitantes. Inclusive, anualmente, acontece a Festa do Rocambole, que faz da pequena cidade um ponto turístico nacional e movimenta a economia local.

Em 2023, a cidade de apenas 12 mil habitantes foi oficialmente reconhecida como a Capital Nacional do Rocambole

Hoje, o Jumento Pêga está difundido por todo o território nacional e tornou-se uma raça extremamente valorizada na produção de híbridos.
jumento pêga
Resistente e ágil, o Jumento Pêga é uma raça de marchador brasileira, rica em tradição e de grande importância na história de Minas Gerais.
Originada no século XIX em Lagoa Dourada, essa raça é fruto do cruzamento entre as raças egípcia e siciliana, um experimento pioneiro do Padre Manoel Torquato. A trajetória do Pêga tomou novo rumo após a venda da tropa ao Coronel Eduardo Resende, que se dedicou à multiplicação e aperfeiçoamento da raça. Transformando-se não apenas em um símbolo de trabalho e dedicação, o Jumento Pêga tornou-se uma verdadeira paixão e tradição familiar.
Para o Coronel Resende, criar animais de montaria como o Jumento Pêga era fundamental. Ele acreditava que cavalos não suportariam seu ritmo intenso de trabalho, que incluía longas travessias pelos cerrados de Minas Gerais. O nome “Pêga” e a marca utilizada nos animais têm origem nas algemas usadas para prender os escravos pelo tornozelo, refletindo um passado sombrio, mas também a capacidade de trabalho do animal.
Conhecido por sua agilidade e resistência, o Jumento Pêga é altamente valorizado por sua docilidade e facilidade de doma. Sua marcha suave já lhe garantiu várias vitórias em concursos especializados. As principais características do Pêga incluem porte médio, pelos curtos, dorso reto e comprido, pescoço e cabeça finos, orelhas de lebre e olhos pequenos.
Entre as festividades em torno do Jumento Pêga em Lagoa Dourada, incluem-se desfiles, exposições e competições. Esses eventos não são apenas sobre a competição, mas um resgate da tradição e da cultura local.


Dedinho de prosa
Em Minas Gerais, a hospitalidade é uma arte e a boa prosa, garantida.
Quando você entra em um povoado ou passa por uma casa de porta aberta, é como se recebesse um convite para desacelerar.
Às vezes, batemos palmas à janela para chamar o anfitrião e pedir um copo d’água. E claro que nunca fica só nisso. Papo vai, papo vem… A vida aqui se desenrola em um ritmo que convida à pausa, à observação e, claro, ao “dedinho de prosa”. Não há pressa. Para os mineiros, a prosa é parte essencial do dia; um simples “bão dia”, um comentário sobre o tempo ou uma história engraçada já é suficiente.
Enquanto caminho, vou colecionando esses momentos de encontro, que são como pequenos presentes ao longo do percurso. Uma senhora de cabelos grisalhos, sentada na varanda de sua casa, me convida a entrar e ouvir um pouco de sua história. “Vem, senta um pouco. Vai querer um cafezinho?”, diz ela, com um sorriso que carrega a sabedoria de décadas.
A conversa começa devagar, sem compromisso, e logo se aprofunda em relatos de tempos antigos, das festas e dos causos do povoado, histórias que muitas vezes soam como lendas. As palavras fluem sem pressa, e a prosa parece ter a capacidade de nos transportar para outros tempos.
dedinho de prosa Esses encontros vão muito além de meras trocas de palavras; são momentos de partilha de vidas, de experiências e de valores que vemos nos traços do olhar, nos rostos enrugados. Ao ouvir as histórias dos moradores, descubro uma riqueza que não se encontra em livros. Cada prosa é uma lição, uma oportunidade de aprender com uma sabedoria profunda.
O “dedinho de prosa” tem um valor especial! Ele é um símbolo de uma vida sem pressa, em que as pessoas ainda têm tempo para ouvir e se conectar. Para quem está caminhando, isso é essencial, pois permite que o peso da jornada se torne mais leve, já que a troca de palavras com quem se encontra pelo caminho traz novas perspectivas. Os mineiros sabem que o caminho não é feito apenas de paisagens, mas também de histórias compartilhadas. E é nesse acolhimento que tanto o peregrino quanto o bicigrino encontram um lar temporário, um porto seguro no meio da estrada.

Os mineiros têm uma forma única de acolher: não apenas com um sorriso ou um gesto de gentileza, mas com a disponibilidade de quem realmente se importa e quer saber como você está.

