Coronel Xavier Chaves

Trilha dos Inconfidentes
Campo das Vertentes | MG
Fundação: 1 de março de 1963
Coord.: 21° 01’ 26” S, 44° 13’ 22” O
Altitidude: 916 m
Clima: tropical de altitude
Área: 140.954 Km²
População: 3.486 hab
Densidade pop.: 24,73 hab/ km²
IDH: 0,677 (PNUD/2010)
Municípios limítrofes: São João
del-Rei, Ritápolis, Resende Costa,
Prados, Tiradentes e Lagoa Dourada.

Antes mesmo de sua fundação, a região era conhecida como “Região do Mosquito” e ganhou relevância no final do século XIX com a chegada do Coronel Xavier Chaves, que herdou as terras que hoje formam o município que leva seu nome. O povoado começou a crescer com a
construção de casas e abrigos para os trabalhadores da fazenda do Coronel.
Destaca-se pela força da agropecuária como principal fator econômico e pela forte religiosidade.

A igrejinha de pedra

Conhecida como Igrejinha de Pedra, a Igreja Nossa Senhora do Rosário de Coronel Xavier Chaves é um verdadeiro monumento repleto de detalhes e história. O nome popular vem da construção em pedra, destacando-se pela originalidade e robustez. Apesar de não se saber quem são os responsáveis pela obra, acredita-se que foi erguida por volta de 1717.
O nível de minúcia da construção ganhou ainda mais destaque nos anos 1970, quando, a pedido do pároco da época, o reboco original de argamassa foi removido, revelando as paredes de pedra granitina. Com paredes de pedras aparentes e os dois grandes rosários no seu adro, a beleza do local tornou a Igreja ainda mais célebre entre moradores e visitantes. Com suas dimensões de capela, é impossível não notar a Igreja do Rosário, um essencial ponto turístico da cidade.

AS PEDRAS QUE SE
TRANSFORMAM EM ARTE

Coronel Xavier Chaves é conhecida por seu artesanato em pedra, uma tradição do município. Acredita-se que o pontapé inicial para esse importante aspecto da identidade da cidade tenha vindo da Igreja do Rosário, levantada por volta de 1717 e totalmente construída em pedra.
Com esse legado e beleza incontestáveis, gerações futuras de artesãos da região passaram a utilizar pedra granítica para criar peças únicas e detalhadas.
Essa história também se tornou parte da economia local. As peças artesanais são verdadeiras obras de arte e passaram a chamar a atenção de colecionadores do Brasil e do mundo, tornando Coronel Xavier Chaves conhecida como a “Cidade de Pedra”. Com uma demanda e uma lista de clientes cada vez maiores, o município tornou-se também exportador de esculturas. Essas obras podem ser vistas em cada cantinho da cidade, refletindo sua riqueza cultural e histórica.

Movido a sonhos

Enquanto caminho, percebo que os sonhos não são grandes feitos distantes; eles estão nas pequenas conquistas do dia a dia, nos desafios vencidos a cada passo, na força de quem nunca desiste de caminhar.

Desde cedo, aprendi que os mineiros são sonhadores. Eles têm esta capacidade de olhar para o horizonte e ver possibilidades mesmo quando tudo parece indicar o contrário. Talvez, seja por isso que, ao caminhar pelas trilhas e estradas de Minas, sinto que cada passo é uma forma de honrar este espírito sonhador. Cada subida íngreme é um convite a perseverar. Cada descida é uma oportunidade de recuperar o fôlego e renovar a esperança.
A caminhada por estas terras é uma jornada movida por sonhos. Sonhos de chegar mais longe, de descobrir novos horizontes ou de simplesmente viver intensamente cada momento. Encontro, pelo caminho, marcas de outros sonhadores: as plantações que resistem à seca, os artesanatos que carregam a história de famílias, os pequenos negócios que sustentam a economia local. Cada lugar carrega consigo os vestígios de um sonho que se transformou em realidade, muitas vezes, à custa de muito esforço e
dedicação.
Os mineiros, com sua forma peculiar de enxergar a vida, sabem que o sonho não é algo estático, mas um movimento contínuo em direção ao que se deseja. Por isso, nunca deixam de sonhar mesmo quando a estrada é longa e os obstáculos são muitos.
E eu, que sou movido a sonhos, vejo nesta jornada uma forma de
reencontrar os meus próprios; de resgatar aquilo que, por vezes, se
esconde nas rotinas e nas obrigações. O ato de caminhar é uma maneira
de materializar os sonhos, de transformá-los em passos concretos que me
aproximam cada vez mais de quem quero ser e do que quero realizar.
Caminhar por Minas é caminhar entre sonhos; é sentir que cada montanha superada é uma prova de que, com foco e determinação, podemos vencer. Nas minhas prosas, eu aprendo com as pessoas onde a lição está por trás das linhas da simplicidade.
A simplicidade mineira, que por vezes se esconde em ditados e causos, revela uma profunda sabedoria: a de que a felicidade se encontra nos pequenos gestos, na força do trabalho, na beleza da natureza e na persistência dos sonhos. E que nos faz perceber que, enquanto houver estrada, haverá um horizonte nos chamando a sonhar cada vez mais.

Os sonhos são como uma força que move as pessoas daqui, fazendo-as acordar cedo para cuidar da roça, abrir o comércio ou preparar os quitutes que encantam os visitantes.